A Rússia prossegue a corrida à conquista do Ártico, convertida desde há meses numa das maiores operações militares do país desde a guerra fria.
Moscovo anunciou na semana passada a reabertura de 100 instalações militares na região disputada por países como o Canadá, os Estados Unidos, a Noruega e a China.
Até ao final do ano, a maior base do país no Ártico, instalada na ilha de Kotelny, vai contar com 250 militares permanentes equipados com baterias de defesa anti-míssil.
Para o analista militar russo, Viktor Murakhovskiy:
“O aquecimento global vai permitir que a rota do mar do norte seja navegável sem necessidade de quebra-gelos. Trata-se do caminho mais curto entre a China e o Japão bem como entre outras grandes potências asiáticas e a Europa. A aposta da Rússia passa pela navegação aérea e marítima, mas também em termos de segurança militar”.
A par da construção de uma frota de 40 quebra-gelos nucleares, a Rússia tem igualmente aumentado a prospeção petrolífera no Ártico, sob os protestos das organizações ambientais.
Moscovo anunciou ter duplicado a produção petrolífera este mês, quatro anos após ter iniciado a exploração da jazida de Prirazlomnoye.
A região do Ártico representa uma das maiores reservas de petróleo do mundo – cerca de 412 mil milhões de barris de crude ou 22% do total das reservas inexploradas do planeta.
A expansão russa na região representa um novo fator de preocupação, após a anexação da Crimeia.
O novo responsável da Defesa norte-americana, James Mattis, não esconde a inquietação face ao que considera ser “uma manobra agressiva” de Moscovo, quando a nova administração Trump tenta selar a reconciliação com a Rússia.