Pensando em você
Iara Brandão / Rodney S.P.
Há tempos não penso em você!
São eternas as horas sem você.
Onde estará tudo que senti?
Aonde tu abandonaste sem remorso.
Onde estariam os sonhos que sonhei?
Encravados no peito ferido, nas promessas esquecidas.
Sentimentos manifestados pela vida que o tempo apagou.
Sentimentos acovardados que um golpe do destino desnudou.
Amores nunca deveriam ter fim
Amores nunca deveriam ser deixados para trás
Deveriam ser renovados pelo tempo
Deveriam ser o escudo de nossas almas
Solidificados nos sonhos sonhados
Encravados sob o fogo de um coração valente
Idealizados pelo amor que vivemos.
Construídos sobre as palavras ditas, escritas no aço
Mas... Porque tem sempre um “mas” em histórias assim?!
Porque quase sempre o sopro do abandono é frio e gélido
Porque são finalizados muitas vezes com palavras vis?
As invejo muito mais que um simples e silencioso vácuo
Tudo que um dia o coração traduziu
Mas que a alma não soube ler diante do imensurável
Como o mais profundo do amor?
Com o mais profundo abandono.
Queria que a nossa história fosse eterna, sagrada
Queria não ter acreditado nestas escrituras
Que vida não mudasse os sentimentos
Que o medo não germinasse o pavor
Que o amor idealizado por outrora
Não fosse apenas palavras ditas aos ventos
Não fossem hoje lembranças amareladas pelo tempo.
Não fossem hoje testemunhas de uma infâmia