AUTORIA:TUPY BARJUD E DJ GORDO
A rota da seda , na verdade, não era uma estrada como a gente imagina, atravessando toda a Ásia central. O que havia eram diversas estradas passando junto das povoações mais variadas, as rotas começavam em Xiang na China.
Rota norte: passava através do Yuménguan (Passo do Portão de Jade) e atravessava uma parte do deserto de Gobi na direção do deserto de Hami, antes de seguir na direção das montanhas de Tianshan, rodeando as franjas ao norte do temível deserto de Taklimakan. Essa rota passava através do maior oásis de Turfan e Kuga antes de chegar a Kashgar, aos pés da cordilheira Pamir.
Rota sul: partia de Dunhuang (cidade na atual província de Gansu na China) passando através do passo de Yanguan, se estendendo nas bordas ao sul do deserto do Taklimakan, na bacia do rio Tarim, até se voltar para o norte e encontrar a outra rota em Kashgar.
Muitas outras rotas foram usadas, o importante é compreender a complexidade dessa estrada, Kashgar se tornou a encruzilhada da Ásia. Dali partiam rotas do Pamir até Samarcanda, para o sul até o mar Cáspio, ou para o sul passando pela cordilheira do Karakorum até a Índia. Também havia uma rota que atravessava a cordilheira de Tianshan para alcançar o mar Cáspio via Tashkent (hoje capital do Uzbequistão).Se nos dedicarmos a imaginar os problemas que envolviam uma viagem dessas, ainda que fosse por apenas um trecho do caminho, é algo de assustador.
Então, se você fosse um viajante do tempo, imagine-se parte de uma caravana, imagine seus companheiros de viagem. Quantas riquezas fariam parte da bagagem de cada um, quanta coisa para aprender pelo caminho.Povoados muito raros, gente muito diferente, muito cansaço, mas momentos de descanso nos caravanserais, momentos de comércio e decisões. Alguns já voltavam dali mesmo com outra caravana e outros produtos que haviam comprado, tendo já vendido os seus. Os mais aventureiros seguiam viagem vamos ver até aonde os levariam a religião ou a curiosidade.
Até hoje é complicado viajar por essa região como turista, as distâncias são longas e escassamente povoadas e os confortos são poucos como podem ver pela foto, a estrada de ferro no meio do nada.
Imensas montanhas, desertos, um clima impossível de descrever, nenhum conforto básico, total desconhecimento dos povos no caminho e o perigo que isso envolve, mas nada disso desanimou as figuras humanas tão variadas, que por ali passaram.