Carla Del Ponte anunciou que vai demitir-se da Comissão de inquérito da ONU para a Síria. A antiga procuradora do Tribunal Penal Internacional alega que esta comissão “nunca conseguiu” nada. A especialista em crimes de guerra diz-se frustrada e garante que a carta de demissão está escrita e que será enviada em breve:
“Vejam a minha demissão mais como uma provocação, como um grito de socorro para as vítimas desta injustiça. O que falta é vontade política e sem vontade política não se faz nada”, afirmou Carla Del Ponte.
Criada alguns meses depois do início do conflito sírio, em agosto de 2011, pelo Conselho dos Direitos Humanos, a Comissão de inquérito independente da ONU é presidida foi brasileiro Paulo Pinheiro. O organismo já escreveu inúmeros relatórios mas nunca foi autorizado, pelas autoridades sírias, a deslocar-se ao país.
Carla Del Ponte passou a integrar a comissão em setembro de 2012, lançando críticas, duras à situação do terreno.
Ao jornal belga L’Echo afirmou que nunca viu em países como o Ruanda, ou na antiga Jugoslávia, crimes como os que estão a acontecer na Síria.