A União Europeia (UE) está longe de ter um consenso para desbloquear a reforma das regras de acolhimento de refugiados, com países como a Hungria e a Eslováquia a recusarem receber uma única pessoa.
Em preparação da cimeira de fevereiro, na qual este será um tema em destaque, os ministros da Administração Interna dos 28 países reuniram-se, esta quinta-feira, em La Valetta (capital de Malta).
O representante de Malta, Carmelo Abela, disse que “enquanto país na presidência da UE, estamos a trabalhar ativamente, incluindo com reuniões bilaterais com os Estados-membros, para melhor perceber a posição de cada um deles, por forma a chegarmos a um compromisso e a uma boa solução para reformar o sistema de Dublin”.
A falta de solidariedade entre os Estados-membros leva a que a Itália seja particularmente atingida, tendo recebido 90 mil pedidos de asilo em 2016 (dos 180 mil estrangeiros que recebeu), porque é um dos países onde chegaram mais refugiados e migrantes, juntamente com a Grécia.
Outro sinal de fracasso na UE é o processo de relocalização, com apenas 6% (11 mil) dos 160 mil refugiados do plano a serem enviados para outro Estado-membro para acolhimento.
Apesar de o fluxo ter diminuído na rota com origem na Turquia, depois do acordo assinado, em março passado, milhares de pessoas continuam a atravessar o mar Mediterrâneo vindas da Líbia, mergulhada num caos político.
A UE estuda a hipótese de criar campos em África para fazer o processamento dos pedidos de asilo.