Nações Unidas: A esperança em António Guterres

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António Guterres, a partir de 1 de janeiro, de facto, secretário- geral das Nações Unidas herda uma tarefa gigantesca. O mundo atravessa tempos particularmente difíceis. Os conflitos e as situações de emergência sucedem-se.

A guerra na Síria e os seus efeitos internacionais; a tensão nas relações entre o Leste e o Ocidente; o terror que grassa por diversas regiões do mundo; o drama dos refugiados e a vaga de imigração de África e da Ásia para a Europa; a pobreza galopante no continente africano; as questões ambientais que ameaçam o futuro da humanidade, são exemplos do que Guterres terá que enfrentar.

Perante tantos desafios, a comunidade internacional espera das Nações Unidas soluções concretas e muito mais pragmatismo. Será António Guterres o homem da esperança?
Há quem acredite nisso, como George Joseph, da Caritas:
“Penso que ele será mais sincero, porque tem um conhecimento profundo das questões e da complexidade da realidade política do mundo. Ele poderá ser capaz de levar a comunidade internacional a empenhar-se mais em deterimento da simples retórica, de fazer com que haja ações concretas no terreno, colocando os pobres e os migrantes na agenda para encontrar soluções”.

O antigo primeiro-ministro português conseguiu o apoio unânime dos membros permanentes do Conselho de Segurança. As suas primeiras declarações após a nomeação fazem crer que está prestes a começar uma nova era nas Nações Unidas:
“Com uma visão abrangente dos Direitos Humanos e com uma visão séria, assumida em função dos valores que eles representam – os Direitos Humanos – estou convencido que será possível inverter a tendência a que temos vindo a assistir de progressiva deterioração do quadro internacional nesta matéria”.

O tom está dado, mas não é garantido que os sucessos obtidos por António Guterres no Alto Comissariado para os Refugiados possam repetir-se aos comandos da ONU, porque as boas intenções do secretário-geral podem ser minadas pelos interesses dos países que detèm a batuta nesta orquestra das nações.

Guterres não terá total margem de manobra, mas pode marcar a diferença relativamente às duas décadas precedentes em que Bouthros-Ghali e Kofi Anan foram os rostos da ONU.
A Humanidade espera e precisa que a organização que ele agora representa seja realmente de Nações Unidas na solução dos problemas do mundo.

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