No rescaldo da assinatura do novo acordo entre o governo colombiano e as FARC, firmado, esta quinta-feira, depois do falhanço do primeiro chumbado em referendo, os sentimentos continuam divididos.
O novo documento não será referendado mas, diretamente, aprovado no Congresso.
As Forças Armadas Revolucionárias das Colômbia congratulam-se pela forma como tudo decorreu:
“Se houve alguma que nos deu segurança neste acordo, foi a presença e acompanhamento da comunidade internacional: dos EUA, da América Latina e da UE”, afirmou o comandante das FARC conhecido por “Timochenko”.
Nas ruas, aqueles que se bateram pelo fim de 50 anos de conflito e da guerrilha, fazem a festa. Há mesmo quem tenha sido vítima das FARC e se mostre aliviado e contente com o fim das hostilidades:
“O responsável pelas FARC pediu, formalmente, desculpas a todas as vítimas e comprometeu-se a que sejam as palavras e não as armas a imperar e que não morra mais ninguém pelas suas posições políticas. Penso que há, realmente, um compromisso”, diz Clara Rojas, que esteve seis anos em cativeiro.
Mas nem todos concordam com o acordo assinado. A oposição, de direita, não aceita o conteúdo do documento, mesmo depois de terem sido feitas alterações para tentar o consenso. O antigo presidente do país, Álvaro Uribe é um dos opositores:
“E pensem que se foi isto que fizeram com as FARC o que vão fazer com o país? Todos os dissidentes, o que vão fazer com o Exército de Libertação Nacional, com os 3500 grupos criminosos? Com os 150/170 mil hectares de narcotráfico?”
De uma forma ou de outras, os grandes desafios começam aqui:
“O novo texto, será aprovado aqui, no Congresso. Depois disso começa o período de implementação. Arranca também um período de 180 dias nos quais, pouco a pouco, as FARC deporão as armas sob supervisão das Nações Unidas”.