“Há menos uma guerra no mundo e é a da Colômbia”: a declaração é do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, na assinatura do acordo histórico de paz com as FARC, que põe fim a mais de meio século de conflito armado.
Vestidos com a cor branca da paz, 2500 convidados participaram na cerimónia em Cartagena das Índias, entre os quais o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, e uma quinzena de chefes de Estado da América Latina.
Santos: “O que assinámos hoje, vai além de um simples acordo entre um governo e uma guerrilha para pôr fim a um conflito. O que assinámos hoje é uma declaração do povo colombiano, perante o mundo, para dizer que estamos cansados de guerra e que não aceitamos mais violência como forma para defender ideias e para dizer bem alto e de forma clara: ‘Não Mais Guerra’.”
O “número um” das FARC, Rodrigo Londoño, que assinou o acordo em nome da guerrilha, aproveitou a ocasião para pedir perdão às vítimas:
“Em nome das FARC, apresento as minhas desculpas sinceras a todas as vítimas do conflito, por todo o sofrimento que podemos ter causado durante esta guerra.”
Londoño foi surpreendido pela passagem de um caça durante o seu discurso, mas não perdeu a compostura e aproveitou mesmo para responder com uma nota de humor:
“Bom, desta vez veio saudar a paz e não lançar bombas!”
No próximo domingo, os colombianos vão às urnas para ratificar em referendo o acordo que marca o fim de 52 anos de conflito que fizeram mais de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e perto de 7 milhões de deslocados.