A eventual saída da Grécia da zona euro está aquecer a atualidade política da União Europeia (UE) e a mais recente acha para a fogueira foi o artigo publicado pela Der Spiegel.
A revista alemã escreveu que o governo de Angela Merkel não vê essa saída como preocupante porque a moeda única está agora mais estável.
Mas Bruxelas recorda que não está previsto um mecanismo para abandonar o clube.
Uma porta-voz da Comissão Europeia, Annika Breidthardt, frisou, esta segunda-feira, que “de acordo com o artigo 140.º, parágrafo 3, a pertença à zona euro “é irrevogável”, citando os Tratados da UE.
Contactado pela euronews, o analista económico Daniel Gros, reconhece que o cenário é agora menos agudo do que quando a Grécia chegou ao fim do primeiro resgate.
O diretor do Centro de Estudos de Política Europeia (CEPE) considera que “a situação é muito diferente de 2012 porque ninguém pode forçar a Grécia a sair. Se, neste momento, a Grécia quiser permanecer na zona euro, não vai precisar de muito dinheiro emprestado. Não era esse o caso na altura. Logo, se o novo governo grego disser que não paga a dívida, mas que quer manter o país na zona euro, há pouco que alguém possa fazer do ponto de vista jurídico ou prático”.
O debate deverá manter-se até às eleições legislativas antecipadas do próximo dia 25.
O partido de esquerda radical Syriza está à frente nas sondagens, tendo o seu líder prometido acabar com a austeridade.
Daniel Gros afirma que “a Alemanha pode decidir pôr cobro à austeridade. Alguns outros países também. Mas não a Grécia, porque simplesmente não tem dinheiro para isso”.
Desde 2010, que os gregos vivem os efeitos de dois pacotes de resgate, no valor total de 240 mil milhões de euros. Esta é a terceira vez que são chamados às urnas desde então.