O bairro cristão de Ainkawa, na cidade de Erbil – capital do curdistão iraquiano -, conta com mais de duas dezenas de campos de refugiados.
A maioria está ocupada por cristãos e yazidis que fugiram à ofensiva dos extremistas do Estado Islâmico, no Verão, na região de Mossul.
A euronews visitou um destes campos, que abriga 400 famílias cristãs.
Um residente diz que “esta não é uma forma de viver”. Explica que não quer “viver assim” e preferia “poder emigrar”. Acrescenta que é “obrigado a ir buscar água [longe] e trazê-la para aqui, todos os dias” e, por isso, sofre “das costas”.
Outros tiveram mais sorte e já puderam ser transferidos para um novo edifício, que está ainda a ser terminado, mas que conta com água quente e instalações sanitárias. No entanto, todos querem voltar para as casas que foram obrigados a abandonar face ao avanço dos extremistas.
Um idoso explica que “tudo o que quer é voltar [à sua casa] em Qaraqosh, mesmo se tudo foi saqueado. Todos aqui querem voltar às suas casas e praticar a sua religião nas suas igrejas. Eles desalojaram-nos, deixaram-nos sem roupa, sem alimentos e sem água”.
Quando estiver concluído, o edifício poderá acolher 200 famílias que, apesar das melhores condições, continuam a olhar para um futuro cheio de incertezas.
A enviada da euronews, Raphaële Tavernier, diz que “deixaram os campos de refugiados para se instalarem aqui, neste edifício que ainda não está terminado. A vida destes cristãos e yazidis tornou-se um pouco melhor, mas a sua situação é ainda dramática. O que surpreende é o seu sorriso, a sua capacidade para resistir. Não pedem nada e querem simplesmente deixar uma mensagem: ‘rezem por nós e ajudem-nos a regressar a casa’”.