Primeiro clube brasileiro a ganhar a Taça Libertadores da América, em agosto, contra o Peñarol, o Santos ganhou a chance de disputar com o Benfica (vencedor da Copa dos Campeões da Europa) o troféu de melhor equipe de futebol do globo. Na primeira partida entre os rivais, em 19 de setembro, os brasileiros ganharam no Maracanã: 3 a 2, com dois gols de Pelé e um de Coutinho. Na partida da volta, na Luz, na capital de Portugal, o clima era outro. Base da seleção portuguesa e casa do craque africano Eusébio, o "pantera negra", o Benfica apostava numa vitória contundente contra os visitantes – tanto que a esquadra lisboeta já preparava a venda de ingressos para uma eventual partida de desempate, que seria disputada no próprio Estádio da Luz. Mas os lusos foram atropelados pelos brasileiros. O Santos colocou cinco bolas nas redes do rival, com três tentos de Pelé, um de Coutinho e outro de Pepe. O camisa dez do Santos não desconcertou apenas os zagueiros: chamou até Eusébio para dançar (em certo momento da partida, enfiou a bola entre as pernas da fera de Moçambique). O Benfica ainda diminuiu, com dois gols de Santana, mas o recado estava dado – com o 5 a 2, os brasileiros levantavam a cobiçada taça sob aplausos exaltados da torcida rival, que não resistiu aos fascínios de Pelé e passou a festejar a apresentação brasileira. A campanha do Santos foi imaculada: em onze partidas pela Taça Libertadores e pelo Mundial, foram oito vitórias e três empates. A equipe formada em Vila Belmiro já é, sem sombra de dúvida, uma dos maiores da história do futebol.