Durante o pequeno expediente da Câmara Municipal de Curitiba, nesta segunda-feira (19), o vereador Renan Ceschin (Pode) fez um discurso contundente sobre uma situação inusitada que, segundo ele, tem sido relatada por profissionais da área da saúde: o pedido de atendimento médico a bonecos reborn, usados por algumas pessoas como forma de terapia emocional.
O parlamentar relatou ter recebido informações de enfermeiras enquanto acompanhava o filho, que está internado em um hospital. De acordo com o vereador, há casos em que indivíduos estariam solicitando atendimento médico para os bonecos, inclusive acionando o SAMU e levando-os a hospitais, o que ele classificou como "inadmissível".
"Isso é igual a passar trote na polícia ou na Guarda Municipal. Os profissionais perdem tempo precioso que poderia ser dedicado a atender idosos ou pessoas em situação real de emergência", disse Ceschin. Ele destacou que, embora reconheça o uso terapêutico dos bonecos para pessoas enlutadas, isso não pode ser confundido com direitos garantidos a crianças de colo, como prioridade em filas ou atendimento emergencial.
O vereador ainda afirmou que algumas pessoas estariam tentando obter vantagens indevidas ao usar os bonecos, como acesso preferencial em estacionamentos e serviços. “Isso aí está beirando a loucura já. A que ponto a gente vai chegar?”, questionou.
Durante sua fala, ele também mencionou o relato da vereadora Laís, que teria ouvido de uma amiga dentista que foi procurada para atender um boneco. “É o cúmulo. A gente precisa impor limites”, afirmou Ceschin, justificando a proposta de lei apresentada por ele com o objetivo de regulamentar esse tipo de situação.
Ceschin finalizou pedindo mais atenção das autoridades e da sociedade para o que considera um desvio grave de prioridade nos serviços de saúde pública. “A minha família é composta por médicos, pessoas que trabalham com seriedade. Isso aqui é sério. Temos que impedir que esse tipo de absurdo continue acontecendo”, concluiu.