Nos diálogos do famoso filósofo Platão de Atenas (428 a.C. – 347 a.C.) é que encontramos as referências iniciais ao supostamente devastado continente de Atlântida. As menções se encontram em duas de suas obras: o Timeu ou a Natureza, escrito em torno de 360 a.C., e o Crítias, também chamado de A Atlântida, composto depois. No primeiro deles, há uma menção a uma invasão do império atlante à região de Ática, zona de origem de Platão, em tempos antiquíssimos. O segundo versa quase inteiramente sobre a natureza do continente de Atlântida, incluindo sua forma de governo, seus costumes, sua geografia, economia, fauna e flora, assim também como suas origens divinas. Nos escritos, Crítias esboça uma explicação sobre seu desaparecimento. “(...) Nos tempos que seguiram a esses, grandes tremores de terra deram lugar a inundações; e em um só dia, em uma só fatídica noite, a terra tragou todos os seus guerreiros, a ilha de Atlântida desapareceu entre as águas, e por essa razão hoje não se pode percorrer nem explorar esse mar, porque se opõe à sua navegação um insuperável obstáculo, uma grande quantidade de lama que a ilha depositou no momento de afundar-se no abismo (...)”.