Apesar da enorme repercussão em torno das afirmações dos executivos da Odebrecht, sobre as relações da empresa com o PMDB, a opinião pública e até mesmo os próprios meios de informação, aparentemente, julgaram o caso como algo insignificante, direcionando os holofotes para outros políticos e partidos, também citados pelos empresários, mas com menor enfoque do que os fatos sobre a sistemática corrupta envolvendo o partido que hoje assume o executivo.
Não se tem como afirmar se a falta de preocupação sobre essa relação duradoura, entre um importante partido político e uma importante empresa do ramo de construção e engenharia, permitiu este cenário de terra arrasada em que nos encontramos, onde a casa que representa o povo resolve, de uma forma vil, dar de ombros quanto as provas envolvendo o presidente Michel Temer em um esquema de corrupção, formação de quadrilha e tráfico de influência e arquiva o caso, deixando Temer livre para manter a mesma prática.
O que suscitou essa questão foi uma série de encontros não oficiais entre o presidente e algumas figuras da política e judiciário. Apesar de legais, essas visitas podem conter a resposta para essa decisão tão polêmica da Câmara dos Deputados: poucos dias após reunir-se secretamente com o ministro Gilmar Mendes, Temer recebeu esta semana a futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge em sua casa, tarde da noite. Raquel vai substituir Rodrigo Janot no comando do Ministério Público Federal, órgão responsável pelas investigações contra o presidente da República no caso JBS.