Será que o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, tem liberdade de movimentos? Esta é a questão que o presidente libanês, Michel Aoun, pretende ver respondida depois do chefe do executivo ter anunciado a sua demissão a partir da Arábia Saudita no sábado passado.
Desde então acumulam-se as questões a este propósito. O presidente libanês afirma mesmo que Hariri encontra-se em prisão domiciliária. Desde então veio igualmente a saber-se que há três dias Hariri ter-se-ia avistado com o príncipe Mohammed bin Zayed al-Nahyan dos Emirados Árabes Unidos assim como outros líderes europeus e norte-americanos com o presidente francês, Emmanuel Macron, a servir de mediador.
O líder do Hezbollah no Líbano, Nasrallah, juntou a sua voz à do presidente exigindo esta sexta-feira o regresso de Hariri ao país.
A partir de Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma estar igualmente muito preocupado com o escalar de tensões entre a Arábia Saudita e o Líbano.
De recordar que a mulher e família de Hariri vivem na capital saudita, Riade, que atravessa um período de incerteza na sequência das detenções de 11 príncipes sauditas acusados de corrupção.
Questionado num programa de rádio, o ministro francês dos negócios estrangeiros afirma que tanto quanto sabe Hariri não se encontraria detido em prisão domiciliária e que teria liberdade de movimentos.
Jean-Yves Le Drian adianta que para o governo francês a prioridade é a estabilidade do Líbano e a necessidade de uma solução política o mais rapidamente possível.
Entretanto, em Beirute centenas de cidadãos dos estados do Golfo começaram a abandonar o país na sexta-feira depois do alerta lançado pelos seus países.
O aviso surge na sequência da escalada de tensões entre o Líbano e a Arábia Saudita.