O centésimo aniversário da “declaração Balfour” reabre as feridas entre israelitas e palestinianos em plenas celebrações do governo britânico.
Londres convidou o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu a assistir aos eventos agendados para esta quinta-feira, sob os protestos dos líderes palestinianos que exigem que o Reino Unido aproveite a oportunidade para pedir desculpas pelo texto de 1917 que conduziria, mais de quatro décadas depois, à proclamação de independência de Israel.
A declaração redigida pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Arthur Balfour, representa o primeiro apoio de uma potência internacional à criação de um estado judaico na Palestina, então ocupada pelas forças otomanas.
O texto é, no entanto, denunciado como “devastador” pelo líder da autoridade palestiniana, Mahmoud Abbas, num artigo de opinião publicado na imprensa britânica .
Na véspera do aniversário, milhares de palestinianos manifestaram-se contra a declaração Balfour em Belém na Cisjordânia, num protesto marcado por confrontos com a polícia israelita. O artista de “street art” britânico, Banksy, assinalou também a data com uma encenação de um pedido de desculpas de Londres, frente ao muro de separação israelita e ao hotel aberto pelo artista junto ao símbolo da divisão entre israelitas e palestinianos.