Pela primeira vez, os serviços do Facebook falam em interferências da Rússia nas eleições presidenciais americanas de 2016, apontando que estas terão sido muito mais vastas do que se suspeitava inicialmente.
Segundo Colin Stretch, responsável da rede social, os conteúdos promovidos por Moscovo terão atingido cerca de 120 milhões de americanos, ao longo de um período de dois anos, através da partilha de mais de 80 mil publicações tendencialmente favoráveis a Donald Trump. As contas que emitiram as informações foram fechadas e o Facebook está agora a tentar perceber como é que a sua plataforma foi manipulada.
Para Carol Lee, especialista da NBC em política americana, “era muito difícil, senão impossível que os utilizadores percebessem que os posts provinham da Rússia, sobretudo porque era frequentemente conteúdo partilhado por amigos”.
Ao todo, estima-se que essas publicações terão alcançado potencialmente metade do eleitorado americano.
David Karpf, professor da Universidade George Washington, afirma que “isto pode representar o início de uma vaga de tentativas de desinformação e propaganda por parte de agentes externos”.
Representantes do Facebook, Twitter e Google vão por estes dias depor perante o Congresso americano. Por seu lado, Moscovo continua a rejeitar liminarmente qualquer interferência durante a campanha que culminou na vitória de Trump.