A NATO acusa Moscovo de ter fornecido dados errados sobre os exercícios de guerra ZAPAD, realizados em setembro em conjunto entre a Rússia e a Bielorrússia, e acusa os russos de terem simulado um ataque contra o ocidente e não contra militantes, conforme anunciado pelo Kremlin.
Coube ao secretário-geral da NATO proferir as preocupações da Aliança Atlântica numa conferência de imprensa depois da reunião do conselho NATO-Rússia, que chegou a estar suspenso após a anexação russa da Crimeia.
“Os aliados sublinharam o facto de o numero de tropas no exercício ter superado significativamente o número anunciado e o cenário foi totalmente diferente, bem como a zona geográfica em questão, que foi bastante maior em relação ao anunciado”, declarou o secretário-geral, Jens Stoltenberg.
De acordo com a agência Reuters, diplomatas da Aliança Atlântica acreditam que a Rússia concentrou 100 mil militares, da região do Ártico até ao leste ucraniano. O embaixador russo para a NATO foi sucinto.
“Penso que já respondi a esta questão três vezes. Tínhamos 12,700 militares no terreno”, referiu Alexander Grushko.
Ao abrigo de um tratado da era da Guerra Fria, conhecido como o documento de Viena, quando existirem mais de 13 mil soldados nos exercícios militares, há o direito de enviar observadores para o terreno com a possibilidade de sobrevoarem os locais e falar com militares.
Sobre a alegada guerra eletrónica, que segundo a NATO, citada pela Reuters, provocou a inoperacionalidade de redes telefónicas na Letónia, na Noruega e num arquipélago sueco, o embaixador russo explicou que “a questão não foi levantada e não há qualquer acordo sobre ciberguerra porque a NATO nunca esteve interessada numa cooperação que permita encontrar soluções”.
Ainda segundo agência Reuters, os distúrbios terão sido provocados por um navio de comunicações russo no Mar Báltico.