O discurso do Rei Felipe VI depois do referendo da Catalunha a fazer primeiras páginas a expor e aumentar o sismo político em Espanha.
“Deslealdade inadmissível” do governo catalão, acusou o monarca, enquanto urgia à restauração da constitucionalidade ultrapassada pelo referendo. Não fez alusão aos cerca de 900 feridos na repressão do plebiscito:
“Fomos todos testemunhas dos acontecimentos que tiveram lugar na Catalunha, com o objetivo último do governo catalão de declarar ilegalmente a independência da Catalunha. (...) procuraram estilhaçar a unidade de Espanha e a soberania nacional.”
O presidente da região autónoma que referendou a independência sob forte presença e actuação da polícia nacional ignora agora Moncloa e Zarzuela e extrema a posição. À BBC, Carles Puigdemont disse que a independência será declarada:
“Nós vamos declarar independência 48 horas depois do resultado da recontagem que estamos a fazer se tornar oficial.”
Quando será isso? Puigdemont responde:
“Isto provavelmente acaba quando tivermos os resultados exteriores a Espanha, no final desta semana. Portanto, falamos deste fim de semana ou início da próxima semana.”
O executivo do parlamento regional catalão reuniu esta quarta-feira e segunda que vem foi o dia escolhido para que a Catalunha declare politicamente a independência de Espanha.
Com a Candidatura de Unidade Nacional, pró-independentista, a preponderar na força parlamentar regional, Puigdemont segue a via política de capitalizar o fosso que a tática violenta de Mariano Rajoy acentuou e que o discurso do Rei não apaziguou.