"Devo a minha vida a duas raparigas", conta sobrevivente de Las Vegas

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Devia ter sido uma saída noturna com amigos e alguma música country sob as estrelas de Las Vegas para Thomas Gunderson, 28 anos.

Em vez disso, o que se passou foi uma rajada de disparos sobre a multidão. Um atirador no 32o andar do hotel Mandalay Bay a tentar matar pessoas.

Gunderson não fugiu do perigo, correu em direção a ele:

“-Olho para cima e vejo luzes intermitentes daquilo que eu pensava ser o 20o andar numa sequência perfeita com os disparos e foi precisamente aí que percebi que não era mentira. Soube que ele estava a disparar daquele hotel. Foi nesse momento que ele me atingiu a perna.”

Gunderson foi atingido no gémeo direito.

“-Foi muito estranho. Não senti dor. Caí e vi logo sangue por todo o lado.”

Gunderson diz que foi quando teve mais medo…ao pensar que estava exposto a céu aberto, a sangrar e sem ninguém para o socorrer.

“-O que eu sinto é que devo a minha vida a duas raparigas que nunca vou saber quem são. Acho que me disseram ser polícias fora de serviço. Agarraram-me pelas pernas. Arrastaram-me para o lado, uma tirou o cinto e fez-me um torniquete na perna. Elas agarraram em dois homens que estavam ali e disseram-lhes ‘levem-no daqui’. Puseram-me às costas e corremos dali para fora, juntos. Nunca cheguei a saber os nomes. Devo-lhes a vida, com toda a certeza. Perdi muito sangue. E se eles não me tivessem ajudado, tinha ficado ali toda a noite.”

Contudo, Gunderson estava longe de estar a salvo.
Para o retirar, e a outras vítimas, da linha de fogo, as equipas de socorro levaram os feridos para o hospital como puderam, o mais rápido possível.

“-Eles estavam literalmente a carregar-nos para a parte de trás de carrinhas de reboque. Eu estava em cima de alguém que não acredito que tenha sobrevivido, ele não se mexia. havia pessoas em cima de mim, da minha perna. Só via sangue. Não sei quem estava a limpar aquelas carrinhas de reboque, mas obrigado.”

No Centro Médico Universitário, Gunderson descobriu que a bala não atingiu o osso nem a artéria. Ao contrário de muitos, espera uma recuperação total e diz que esta experiência de quase morte não o vai mudar.

“-Ninguém se importou com a tua aparência naquela noite. Eles só queriam salvar a tua vida.”

Hoje, Thomas Gunderson sente-se um homem de muita sorte… numa cidade onde a sorte faz toda a diferença.

JOSH MANKIEWICZ, NBC NEWS, LAS VEGAS

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