Nesse quarto episódio, vemos rapidamente o casamento de Henrique com Ana de Cleves, Catarina Howard e Catarina Parr. Novamente, Lucy simplifica tanto as coisas que me irritam um pouco. Henrique não se separou de Ana simplesmente por ser chefe da Igreja - Ana era de fato compromissada com outra pessoa na Alemanha, e seus próprios conselheiros não foram capazes de encontrar o documento que provava que ela estava desimpedida para se casar com Henrique. Assim, baseando-se na não-consumação e nesse documento prévio de compromisso de Ana, Henrique separou-se dela. Mesmo para a época todo mundo ficou chocado com a diferença de idade de Henrique VIII e Catarina Howard - nem de longe foi visto como normal. De qualquer forma, a situação da carta que entregou Catarina é bem diferente - Thomas Cranmer encontrou-se com o Rei na Capela, onde lhe deu uma carta que ele deveria ler em particular, porque Cranmer não tinha coragem de contar o seu conteúdo (me pareceu, vendo a série, que foi algum fofoqueiro que colocou lá) - ainda, é mais esquisito que Lucy tenha falado a história 'inteira' de Catarina sem mencionar a infame Lady Rochford. Ainda, achei muito chato todo o comentário sobre o protestantismo de Catarina Parr quando nada foi mencionado sobre o protestantismo de Ana Bolena. Henrique também não ficou 'horrizado' com a idéia da Bíblia em inglês - de fato, o rei autorizou em 1539 a publicação da primeira bíblia em inglês e ele, inclusive, tinha ficado muito irritado que o projeto de tradução estava demorando muito - tanto é que em 1537, foi publicada uma versão 'provisória'. Mais de 9 mil cópias da Bíblia foi impressa até 1541. O que aconteceu durante o período de casamento com Parr é que Henrique e seus conselheiros começaram a 'repensar' a idéia de que a Bíblia em inglês fosse lida por 'todos', querendo limitar a sua leitura apenas para algumas classes sociais. Nunca li nada relacionado à essa recepção negativa de Henrique VIII em relação à publicação de Catarina Parr ser heresia - o que teria sido considerado, sem dúvida, foi o livro "Lamentations of a Sinner", publicado após a morte de Henrique, em que o tom protestante é muito mais forte. Henrique não só gostou do livro de sua esposa, mas se disse invejoso com seu sucesso; o mesmo digo sobre essa recepção horrível ao presente de Elizabeth - não existem registros da reação de Henrique a esse presente, nem registros de que Elizabeth tenha entregue pessoalmente. Também achei louco como Maria Tudor simplesmente some da 'história' - para quem queria mostrar uma 'nova' história das esposas de Henrique VIII, esse documentário (esse episódio em especial) me pareceu bem deficiente.