Os ativistas a favor da legalização do aborto prometem manter-se atentos depois de anunciado o referendo, no próximo ano, sobre se a Irlanda deve abolir a oitava alteração à Constituição, que prevê a proibição quase total do aborto.
Terminar uma gravidez ainda que a mãe tenha sido violada ou que o feto apresente anomalias graves é proibido. As infratoras incorrem numa pena que pode chegar aos 14 anos de prisão.
Em mais de três décadas, e ao abrigo da lei, a Irlanda realizou 26 abortos, uma possibilidade prevista sempre que a vida da mãe estiver em risco.
“Temos receio que os políticos possam tentar colocar uma questão no referendo que apenas permita os abortos em casos excecionais, por exemplo, em casos de violação ou de anomalias graves do feto. Temos de continuar a pressionar e compreender que a luta não termina com o anúncio do referendo. De uma certa forma, a luta está apenas a começar” afirma Clare Lanigan, ativista e porta-voz da ARC, Abortion Rights Campaign.
Aquando da chegada ao poder em junho, próprio chefe de Governo irlandês, Leo Varadkar, considerou tratar-se de uma lei “muito restritiva.”
Este sábado a capital irlandesa, vai ser palco de uma manifestação para exigir a legalização do aborto, num país menos de um quarto da população se mostra favorável à interrupção voluntária da gravidez a pedido da mulher.
O referendo poderá realizar-se no segundo trimestre de 2018, antes da visita do papa Francisco à Irlanda.