A cimenteira francesa Lafarge admitiu ter pago cerca de 20 mil euros, por mês, ao grupo Estado Islâmico, desde junho de 2013, e a outras organizações armadas, para manter em funcionamento a fábrica de Jalabiya, na Síria, em plena guerra. Informação avançada pelo jornal francês Le Monde e pela revista Le Canard Enchaîné.
A justiça francesa, referem, abriu uma investigação, em outubro, e ouviu diretores de filiais da empresa no país. O financiamento acontecia através de falsificação de documentos de contabilidade. Situação que terá sido encoberta por Bruno Lafont, presidente do grupo, na altura, e atual responsável de operações e membro da direção.
As autoridades francesas terão autorizado a empresa a continuar a operar no país, entre 2011 e 2014, apesar dos riscos que decorriam do confronto armado que estava em curso, escrevem os órgãos de comunicação franceses.
Em 2012 os funcionários estrangeiros terão regressado a casa, mas o grupo ter-se-á mantido na Síria, com trabalhadores locais, a pensar no fim da guerra e na necessidade de reconstrução do país.
Com o aumento das exigências por parte dos grupos extremistas, Firas Tlass, filho de um ex-ministro da Defesa sírio, passou a negociar com os terroristas. Recebia entre 80 a 100 mil dólares, por mês.
No final de 2012 nove ex-empregados da fábrica foram sequestrados. A Lafarge pagou às milícias locais, pela sua libertação, o equivalente a 200 mil euros.