A NATO e a Rússia mantêm a guerra de nervos quando os dois campos realizam exercícios militares em simultâneo.
Moscovo iniciou esta quinta-feira as maiores manobras dos últimos anos na Bielorrússia, junto à fronteira da Lituânia e da Polónia. Até cem mil soldados deverão participar na simulação da resposta a um ataque contra grupos extremistas vindos de três países imaginários que correspondem aos três países vizinhos da União Europeia.
Moscovo garante tratarem-se de exercícios de defesa e não de ataque. Uma garantia que não parece convencer o ministro da Defesa lituano, Raimundas Karoblis:
“A presença militar da Rússia perto das nossas fronteiras, como a sua presença na Síria, mostram que a Rússia está a tornar-se uma ameaça convencional”, afirma o ministro.
O Secretário-geral da NATO descartou a possibilidade de uma ameaça iminente, criticando a falta de transparência da Rússia sobre os objetivos das manobras.
O assessor do ministro da Defesa bielorrusso, Oleg Voinov, garante:
“Os exercícios vão decorrer em áreas que foram selecionadas especificamente por ficarem longe das fronteiras do país de forma a evitar tensões nas relações com a Ucrânia, Polónia, Lituânia e Letónia”.
As manobras ocorrem no mesmo dia em que o exército sueco, apoiado pelas forças da NATO, realiza os maiores exercícios militares em duas décadas, simulando um ataque fictício de um “adversário maior e mais sofisticado”. A Ucrânia é também palco por estes dias de manobras militares conjuntas com o exército norte-americano.