A instabilidade na Venezuela continua. Foi detido, num raide noturno, pelas forças do governo de Nicolàs Maduro o líder oposicionista Leopoldo López, no rescaldo da votação para a Assembleia Constituinte, largamente denunciada como anti-democrática.
Uma outra detenção, na mesma noite: a do ex-presidente da Câmara da capital venezuelana, Antonio Ledezma. Ambos os homens estavam em prisão domiciliária, ambos apelaram à manifestação nas ruas contra Maduro.
Antonieta Ledezma, filha de Antonio Ledezma, publicou um vídeo na sua conta de Twitter, com este conteúdo: “Mais uma vez, raptaram-no. Responsabilizamos o regime pela sua vida e pela sua integridade física. Denunciamos isto à Venezuela e ao mundo inteiro porque os direitos humanos de Antonio Ledezma e do povo venezuelano estão a ser violados. Responsabilizamos o regime pela vida de Antonio Ledezma.”
Ledezma estava acusado de planear um golpe de Estado desde que foi detido e exercia funções como presidente da Câmara de Caracas, em 2014; as acusações pendentes sobre Leopoldo López são de liderança em manifestações contra Madur,o em 2014.
Pelo menos dez pessoas morreram durante a votação de domingo para uma assembleia tida como um assalto à liberdade democrática.
O porta-voz do Secretário-Geral da ONU declarou publicamente: “O Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos pede às autoridades que cessem o uso de força excessiva para reprimir manifestações e que assegurem que o direito à reunião pacífica é respeitado e pede a todas as partes que evitem o uso da violência.”
Segundo a ONG Foro Penal, a Venezuela tem mais de 490 prisioneiros políticos.
Nos últimos 4 meses de manifestações anti-Maduro, mais de 120 pessoas morreram.
O coordenador nacional do partido de Leopoldo López afirma que as detenções não vão desmoralizar a oposição.