Entregar assitência médica ou bens alimentares em zonas de difícil acesso como pequenas localidades ou habitações isoladas por incêndios, inundações ou terramotos está agora mais fácil. Uma “start-up” portuguesa incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e financiada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla original) desenvolveu um serviço inovador de entregas com recurso a drones que permite muito mais do que vigiar ou filmar localizações sensíveis.
A euronews contactou a Connect-Robotics e falou com um dos engenheiros brasileiro fundadores do projeto. Eduardo Mendes, mestre em engenharia mecânica, explicou-nos que o serviço proposto e já com dois clientes contratualizados permite, para já, entregas rápidas numa distância limitada a 12 quilómetros (incluindo o regresso à base) e com uma poupança a rondar os 50 por cento relativamente aos tradicionais serviços de entrega urbanos como as motocicletas.
Em dezembro do ano passado, a Connect Robotics deu que falar quando concretizou a primeira entrega de uma refeição. Intitulado na página oficial do projeto como a “marmita voadora”, a experiência resultou de uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia e a Câmara Municipal de Penela. O septuagenário Joaquim dos Reis, o último morador de Podentinhos, uma aldeia remota do concelho de Penela, foi o feliz destinatário de uma refeição acabada de fazer a uns quilómetros de distância.
Podentinhos situa-se a cinco quilómetros de Penela, concelho vizinho do recentemente trágico Pedrógrão Grande, onde um incêndio de grandes dimensões provocou a morte de mais de 60 pessoas e deixou muitas outras isoladas pelas chamas durante dias. O acesso rodoviário de Penela a Podentinhos não é fácil e cumpre-se em cerca de meia hora.
Após ter sido preparada e encaixada no drone, a entrega foi concluída em pouco mais de três minutos. No artigo publicado esta segunda-feira sobre o projeto da Connect Robotics, a ESA adianta que a refeição ainda chegou quente às mãos do senhor Joaquim.
O potencial do projeto é tal que a experiência mais recente envolveu, em Lisboa, a parceria com a maior empresa de entregas do país, os CTT – Correios de Portugal.
Após autorização da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e voando a 30 metros de altitude numa capital europeia conhecida por ter o aeroporto próximo do centro, o drone evitou as filas de trânsito que atrapalham os tradicionais serviços de entrega, incluindo os motoestafetas, e entregou a encomenda em tempo recorde: sete minutos para cumprir os três quilómetros que separam o centro de distribuição dos correios, em Cabo Ruivo, e a sede dos CTT, no Parque das Nações.
Os drones são adquiridos pela Connect Robotics a fabricantes especializados. No caso da experiência de Penela, foi um aparelho adquirido à Sleek Lab, de Coimbra. O projeto financiado pela ESA centra-se no programa informático de navegação aplicado aos drones.
A precisão geográfica é garantida pelo Galileo, o sistema europ