Na Venezuela contam-se os votos depois das eleições para a Assembleia Constituinte, cujos resultados deverão ser conhecidos antes do fim dia. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, a taxa de participação foi 41,53 %.
Uma jornada eleitoral de sucesso, segundo o presidente Nicolás Maduro:
“Foi uma jornada de êxito, de grande participação popular. Quem tem olhos para ver que veja. A oligarquia não tem olhos nem ouvidos para o povo. O povo foi sempre invisível para a oligarquia, a única coisa que sempre contou foi a opinião do oligarca.”
A oposição, afirmou que só 7% dos eleitores votaram e que o povo venezuelano não reconhecerá legitimidade ao resultado eleitoral. “Este é um governo autoritário e inconstitucional e hoje ganhou o povo venezuelano, livre e rebelde, animado pela determinação irreversível de conquistar a democracia. O governo saíu derrotado e a Constutinte não será reconhecida pelo povo venezuelano nem pela comunidade internacional”, disse o presidente do Parlamento, Julio Borges, um dos líderes da aliança Mesa de Unidade Democrática (MUD).
Cerca de 20 milhões de pessoas estavam aptas a votar, em todo o país, em candidatos para os 545 assentos da Assembleia Constituinte, que vai redigir a nova Constituição do país. O voto não era obrigatório.
De acordo com a imprensa venezuelana, 19 pessoas morreram nos protestos da oposição. Segundo o ministro da Defesa, Padrino López, nenhuma destas mortes pode ser atribuída à Polícia Nacional Bolivariana.
O projeto de Maduro teve os seus críticos também entre os “chavistas”. Quando em 1999 promulgou a Magna Carta em vigor na Venezuela, o então presidente Hugo Chávez disse que se tratava de “Uma das melhores do mundo, blindada contra qualquer capricho pessoal”.
Pelo menos uma dezena de países declararam que não reconhecerão os resultados das eleições para a Assembleia Constituinte na Venezuela: depois da Colômbia, Panamá, Perú, Argentina, Brasil, México, Costa Rica, Suíça, Chile, Espanha e Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos, o Parlamento Europeu e dezenas de organizações não governamentais de defesa dos direitos humanos.
De acordo com a imprensa norte-americana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer impor sanções económicas à Venezuela, sendo que o país depende das exportações de petróleo para os Estados Unidos.
As eleições na Venezuela são “mais um passo para a ditadura” e os Estados Unidos não aceitarão “um governo ilegítimo”, escreveu no Twitter a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley.
Maduro’s sham election is another step toward dictatorship. We won’t accept an illegit govt. The Venezuelan ppl & democracy will prevail.— Nikki Haley (@nikkihaley) July 30, 2017