Contrariando a proibição governamental, a oposição venezuelana apelou na quinta-feira ao reforço dos protestos até domingo, dia quando deverá ter lugar a eleição dos membros da Assembleia Constituinte desejada pelo presidente Nicolás Maduro.
Freddy Guevara, vice-presidente do parlamento, pediu aos cidadãos que saiam à rua em todo o país, para mostrar que a Constituinte não tem legitimidade:
“Somos a maioria e temos o apoio da comunidade internacional, não nos renderemos. Não queremos conquistar apenas Caracas, queremos que o país inteiro saia à rua para mostrar que não vamos ajoelhar. Vamos continuar a lutar”.
Pelo menos mais cinco pessoas morreram nos protestos, aumentando para 108 o número de vítimas mortais em confrontos com a Guarda Nacional e entre apoiantes e adversários de Maduro durante as manifestações contra o presidente, desde princípio de abril.
O ministro venezuelano do Interior e Justiça, Néstor Reverol, proibiu a realização de manifestações a partir de sexta-feira, advertindo que serão aplicadas penas de prisão de cinco a dez anos a quem perturbe as eleições.
Para a oposição, a designação no domingo dos 545 membros da Assembleia Constituinte faz parte do projeto de Maduro de reescrever a Constituição, com o objetivo de prolongar um mandato que deveria terminar em janeiro de 2019. Maduro enfrenta há mais de quatro meses manifestações de protesto quase diárias.