Mais de uma centena de homossexuais terão sido detidos e torturados, alguns até à morte, pelas autoridades da república russa da Chechénia, no quadro de uma operação secreta lançada em março.
Uma investigação do jornal da oposição russo “Novaya Gazeta:https://www.novayagazeta.ru/articles/2017/04/04/72027-raspravy-nad-chechenskimi-geyami-publikuem-svidetelstva (NG), baseada em vários testemunhos, revela os contornos da vaga de repressão homofóbica que teria provocado pelo menos três mortos.
A operação, segundo o NG, classificada de “limpeza preventiva” e supostamente comandada pelo presidente do parlamento checheno, Madomed Daoudov, teria como objetivo evitar a organização de marchas do “orgulho gay” no território.
As informações foram rejeitadas como “uma mentira” pelo porta-voz de Ramzan Kadyrov, o presidente checheno. Segundo Alvi Karimov, “não se podem deter e perseguir pessoas que não existem nesta república”.
O jornal revela que mais de uma centena de pessoas encontrar-se-iam detidas em prisões secretas nos arredores de Grozny, obrigadas a denunciar outros homossexuais, sob tortura com choques elétricos ou violência física.
As revelações, confirmadas por várias ONGs locais, levaram o Conselho da Europa e o Departamento de Estado norte-americano a exigir a Moscovo que investigue a situação. As organizações Amnistia Internacional e Human Right Watch exigiram igualmente a abertura de um inquérito às alegações.