Guiné 63/74 - DCCLXXII: Dos comandos de Brá ao pelotão de fuzilamento (Virgínio Briote)
Guiné > Base Aérea de Bissalanca > 1966 > Grupo de comandos Os Vampiros, do Alf Mil Comando Briote > O Justo Nascimento é o primeiro da fila de trás, a contar da esquerda; e o Jamanca, o quarto. Foto: © Virgínio Briote(2006)
Guiné > Brá > 1965 > Jamanca e Justo, comandos do Grupo Os Vampiros, futuros graduados da 1ª Companhia de Comandos Africanos (1970/74)
Foto: © Virgínio Briote(2006)
Guiné > Bissau> Praça do Império > Escadaria do Palácio do Governador >1966 > O 1º Cabo Comando Jamanca a ser condecadorado pelo Coronel Kruz Abecassis. Em 1973 o tenente Jamanca era o comandante da CCAÇ 21: terá sido fuzilado em 1974 em Madina Colhido, perto do Xime (1) (LG).
GUINÉ
Texto do Virgínio Briote que continua sendo membro, fidelíssimo, da nossa tertúlia, ao mesmo que vai produzindo os seus textos, pessoalíssimos, belíssimos, no seu blogue Tantas Vidas, as dele, as do Gil Duarte, as da Teresa, sempre a Teresa, as do Capitão Valentim, as do Capitão Leão, as de uma geração inteira, de homens e mulheres, que amaram e desamaram, viveram e morreram, lutaram e perderam, a Dora, a Clara, a Matilde, o Leonel, o Manaças, o Marcolino da Mata e tantos outros, figuras de carne e osso que povoaram Brá, Bissau, Mansoa, o norte, o sul, o leste, as bolanhas, as picadas, as matas... O retrato de uma geração que ele está a contruir, como um puzzle, da sua experiência, como comando, como homem, nos anos de 1965/66... Continua, camarada, que a gente também vai lá visitar-te: mais do que uma obrigação, é um prazer! (LG)
Caro Luís,
Venho a esta missa todos os dias, às vezes mais que uma vez por dia.
A questão dos militares guineenses que combateram do nosso lado continua ainda muito sensível. Qualquer interpretação que seja feita, corre sempre o risco de ficar incompleta, tantos dados ainda estão no segredo. E muitos de nós já os levaram com eles para a cova. Fica a história simplificada, que pode não ser completamente correcta, se dissermos que:
(i) Os fuzilamentos são incompreensíveis e não justificam as atrocidades que eventualmente alguns tenham praticado;
(ii) Os tempos a seguir à independência foram vulcânicos, ainda estávamos em plena guerra-fria, é conveniente lembrar;
(iii) Os militares guineenses eram portugueses, convém também não esquecer. E ficaram lá, porque as entidades que negociaram a transferência de poderes, os esqueceram, pura e simplesmente.
Mas admito que não tenha toda a informação.