Presidenciais em França: Benoit Hamon, a surpresa socialista

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Um olhar claro, um sorriso e uma presença modesta, aspeto jovem. O socialista em que ninguém reparava prepara-se para, aos 49 anos, defender as cores da Belle Aliance Populaire e especialmente do Partido Socialista nas próximas eleições presidenciais em França.

Benoit Hamon, promete aos franceses: “Um mundo mais igualitário, mais fraterno, mais justo. Esta é a perspetiva que abrimos e que outros qualificam de utópica, mas que nós assumimos, porque partimos do real e mostramos o que, aos nossos olhos, será o ideal”.

Conhecido no seio do partido – do qual foi porta-voz entre 2008 e 2012, depois de ter liderado a juventude socialista durante dois anos e mais tarde deputado europeu -, Benoit Hamon era menos conhecido dos franceses. A tal ponto que, quando a sua candidatura foi anunciada, há seis meses, pouca importância foi dada ao assunto.

Calmo e discreto passou por diversos cargos em funções de Estado: em 2012 foi nomeado por Jean Marc Ayrault ministro delegado para a Economia Social e Solidária. Com outros ministros do governo fez tudo para fazer chegar Manuel Valls ao posto de primeiro-ministro. No primeiro governo de Valls assume o cargo de ministro da Educação, mas rapidamente tensões são visíveis. Hamon, Montebourg – então ministro da Economia – e a ministra da Cultura, Aurlie Filipetti, são demitidos devido às posições públicas que assumiam em contradição com a linha do governo.

Tornam-se os contestatários do partido socialista e opõem-se nomeadamente ao projeto de lei de destituição da nacionalidade que leva à demissão da ministra da Justiça. Nessa altura, no entanto, tudo leva a crer que será Montebourg o rival direto de Manuel Valls.

Mas a perseverança, o estilo simples e a novidade do projeto suscitam interesse no eleitorado de esquerda. Um projeto inovador, centrado na política social e no ambiente, que desperta os saudosos dos velhos ideais da esquerda. Um discuso claro e simples: “Eu assumo e digo hoje que a opção política que proponho não é a venda de sonhos, não é a venda de coisa nenhuma é uma proposta de justiça”.

Benoit Hamon foi progressivamente batendo todos os adversários e derrubou mesmo aquele que apostou o tudo ou nada na candidatura presidencial, Manuel Valls.

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