Pela primeira vez, desde o início da guerra na Síria há mais de cinco anos, os representantes do governo de Bashar el-Assad e da oposição armada sentam-se à mesma mesa.
As reuniões acontecem em Astana, capital do Cazaquistão, sob iniciativa da Rússia e da Turquia.
Desta ronda estão afastados os grupos considerados terroristas pela comunidade internacional – O Daesh e a Jabhat Fateh al-Sham, antiga frente al-Nusra. Mesmo assim, o embaixador sírio na ONU, Bashar Ja’afari, não hesita em chamar terroristas aos grupos presentes: “O tom do representante dos terroristas foi um insulto aos presentes na reunião”, disse.
Mesmo se não são as primeiras conversações de paz, as anteriores, em Genebra, contaram apenas com grupos de oposição que não participam ativamente na guerra.
Osama Abo Zayd, representante do Exército Livre Sírio, disse: “O sucesso da Rússia como garante de paz só pode ser medido pela forma como lida com o desafio de impor um cessar-fogo aos seus aliados – o Irão e o regime sírio”.
A Rússia e a Turquia tentam, com esta ronda, alcançar um cessar-fogo entre as tropas governamentais e os rebeldes considerados moderados e uma união no combate ao grupo radical Estado Islâmico.
O foco dos combates está agora em Deir el-Zour, uma cidade do leste da Síria ainda ocupada pelo Daesh.
A aviação russa bombardeou, pela segunda vez em três dias, as posições do grupo radical. Segundo os media sírios, os últimos combates, na zona do cemitério da cidade, mataram dezenas de combatentes do grupo radical e destruíram um grande número de veículos.