A justiça turca pede até 142 anos de prisão para o líder do partido da oposição pró-curda Selahattin Demirtas, acusado de pertencer ao grupo separatista curdo PKK.
O procurador turco apresentou hoje o auto de acusação contra Demirtas, detido juntamente com outros 9 responsáveis do partido HDP desde novembro.
A co-líder da formação, Figen Yuksekdag, incorre, por seu lado, numa pena de até 83 anos de prisão.
Nos últimos meses a polícia deteve mais de uma centena de membros da formação, sob as mesmas acusações de ligações ao terrorismo, tendo substituído alguns munícipes dos cargos para os quais tinham sido eleitos.
Os responsáveis do HDP rejeitam as acusações, afirmando ser alvos de uma perseguição como membros da oposição, contrários ao projeto do presidente de reforçar os seus poderes constitucionais.
Desde que a Turquia rejeitou uma proposta de cessar-fogo do grupo PKK que o governo do país prossegue a ofensiva contra a guerrilha, ao mesmo tempo que realiza uma purga ao nível dos opositores.
Segundo informações avançadas pelo jornal Times de Londres, que cita os serviços de segurança da União Europeia, o presidente turco teria preparado esta purga antes mesmo da tentativa de golpe de estado falhada de julho.