Mustafa Akinci: "As duas populações de Chipre são o mais importante nestas negociações"

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Dois anos após ser eleito para a liderança da República Turca do Chipre do Norte, Mustafa Akinci espera poder concretizar uma das suas principais promessas eleitorais – a reunificação da ilha – durante as negociações em curso em Genebra.

Interrogado sobre a posição da Grécia, que pede mais tempo para discutir, ou sobre a posição da Turquia, que rejeita retirar os seus militares, Akinci garante que o mais importante é manter a “corrente positiva” durante as discussões.

MUSTAFA AKINCI
“O envolvimento da Grécia neste processo é um pouco tardio. Podemos dizer que a Turquia está mais envolvida e sobretudo há mais tempo. É por isso que a Grécia precisa de mais tempo para analisar alguns pontos. Talvez devido às dificuldades económicas que enfrentam, ou devido ao facto que os cipriotas gregos são já reconhecidos como um estado separado e esse estatuto torna as relações com a Grécia diferentes daquelas que mantemos com a Turquia. A Grécia parece menos envolvida e a Turquia está mais envolvida e mais ao corrente da situação. Mas o que mais interessa é que todos os países garantes desempenhem um papel positivo. Podemos ver isto também nas suas declarações e no seu compromisso para encontrar uma solução e apoiar os nossos esforços. Temos que concentrar-nos em resultados e cenários positivos sem esperar qualquer tipo de negatividade dos países garantes de forma a eliminar todos os precalços e mal-entendidos”.

Para o líder do território cuja independência é reconhecida apenas pela Turquia, o mapa do futuro estado federal discutido em Genebra não deverá sofrer alterações radicais.

MUSTAFA AKINCI
“O lado grego entrou nestas negociações com uma carta de rejeição preparada de antemão. Pelo que percebi, eles tinham já preparado um NÃO, antes mesmo de ver a nossa proposta. É por isso que ninguém deverá esperar mudanças dramáticas no mapa que vamos propor”.

Após três dias de discussões intra-cipriotas em Genebra, a chegada à mesa das negociações dos três países garantes levanta igualmente questões sobre o papel e interesses do Reino Unido e da União Europeia em todo o processo.

MUSTAFA AKINCI
“A Inglaterra poderia abdicar do seu papel de garante mas não das suas bases militares. A contribuição de Londres é bastante pobre, assim como a da União Europeia, cujo único interesse se prende com o facto de Chipre ser um estado membro da UE. A União Europeia é apenas um observador e vai permanecer assim. As partes mais importantes nestas negociações são as duas populações que vivem na ilha”.

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