As discussões sobre a reunificação da ilha de Chipre reabrem as tensões entre a Grécia e a Turquia, mas sem pôr em causa o novo processo negocial.
O responsável da diplomacia grega, Nikos Kotzias, quer que o futuro acordo inclua a retirada das cerca de 3 mil tropas turcas do norte da ilha.
Uma possibilidade que “está fora de questão” para o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pelo menos, sem uma medida recíproca de Atenas.
“Já falámos disto antes e se esta proposta avançar, então é preciso que os dois campos retirem as suas tropas do território”, afirmou o chefe de Estado turco.
Turquia, Grécia e Reino Unido participaram na quinta-feira na primeira reunião multilateral das negociações sobre o futuro de Chipre, em Genebra, ao lado dos líderes cipriota grego e cipriota turco.
As discussões, centradas sobre a questão da segurança, vão prosseguir, a nível técnico, na próxima semana.
O enviado especial da ONU para o Chipre, Espen Barth Eide, afirma-se otimista:
“A decisão final sobre este acordo vai ser feita pela população, por referendo. Um referendo vai ser realizado em cada parte da ilha, no mesmo dia e, claro, só então é que vamos saber qual foi o resultado destas negociações”.
A ilha de Chipre encontra-se dividida desde 1974, depois do exército turco ter invadido a parte norte da ilha.
As primeiras discussões permitiram encerrar quase cinco dos seis capítulos do acordo, com vista à criação de um futuro estado federal.
O novo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, exprimiu um otimismo prudente, “estamos muito perto de um acordo”, sublinhando, “não esperemos milagres, é preciso ser paciente”.