A Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano, aumentou as taxas de juro de referência, a primeira e única do ano: uma subida de 25 pontos base. O intervalo desta taxa passa a ser de entre 0,50% e 0,75%. O aumento foi anunciado depois da primeira reunião da Fed após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Na conferência de imprensa após o anúncio da decisão, Janet Yellen, que lidera a Fed, explicou que “esperamos que a evolução da economia permita uma subida gradual das taxas de juro dos próximos tempos de forma a conseguir atingir e manter os nossos objetivos: a projeção média da taxa de juro sobe para os 1,4% no final do próximo ano, 2.1% no final de 2018 e 2,9% no final de 2019”.
A justificar esta descisão, os responsáveis do banco central norte-americano dizem que se registou uma melhoria das condições económicas nos últimos meses, sobretudo no mercado de trabalho. A Fed lembra que, desde a reunião realizada em Novembro, surgiu informação que mostra “que o mercado de trabalho continua a fortalecer-se e que a actividade económica continua a expandir-se a um ritmo moderado desde meados deste ano”. “A criação de emprego tem sido sólida nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu”.
Recorde-se que o banco central aumentou as taxas de juro em dezembro passado para o intervalo entre 0,25% e 0,5% e a equipa de Yellen previa, então, quatro aumentos em 2016. Recorde-se que as taxas mantiveram-se num mínimo histórico próximo de 0% por oito anos, desde dezembro de 2008.
A subida da taxa de juro por parte da Fed é vista pelos analistas como uma “formalidade”. De qualquer forma, as principais praças europeias encerraram a negociar no vermelho. O europeu Stoxx 600 caiu 0,50%, numa sessão em que os títulos da banca lideraram as quedas. A justificar esta evolução negativa das bolsas europeias, que fecharam com perdas entre 0,28% em Londres e em 3,61% em Atenas, está a incerteza em relação às indicações da líder da Fed, Janet Yellen, para a política monetária em 2017.
Em Lisboa, o PSI-20 caiu 1,07%, em mais um dia dominado pela forte desvalorização das acções do BCP.