O parlamento venezuelano aumenta a pressão sobre o presidente ao aprovar um acordo em que exige o início do processo de destituição de Nicolás Maduro.
O texto, aprovado pela oposição maioritária e boicotado pelo partido do governo, exige à justiça e às instâncias internacionais que investiguem a responsabilidade do chefe de Estado, na “violação de direitos humanos e na devastação das bases económicas e sociais do país”.
A sessão decorreu após a libertação de quatro dos mais de mil prisioneiros políticos do país.
O partido do presidente denunciou a decisão dos deputados como “uma tentativa de golpe de estado”. Em paralelo, o Supremo Tribunal declarou que todas as decisões do parlamento são consideradas nulas, enquanto não se demitam três deputados, acusados de fraude eleitoral pelo regime.
O braço de ferro ocorre num momento em que o diálogo entre governo e oposição, mediado pelo Vaticano, se encontra suspenso pelo menos até ao próximo ano.
Nas discussões iniciadas em outubro, o bloco da oposição exigia submeter o mandato do presidente a um referendo, assim como a libertação de mais um milhar de prisioneiros políticos.
À crise política soma-se uma crise económica que fez disparar a inflação para mais de 700%, obrigando o governo a anunciar a retirada de circulação das notas de 100 bolívares e a encerrar temporariamente as fronteiras com o Brasil e a Colômbia, oficialmente, para fazer face às tentativas para desestabilizar a economia por parte de mafias estrangeiras.