Alemanha: Autoridades preocupadas com sentimento anti-refugiados depois de crime de Friburgo

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Com AFP e DPA

Os movimentos populistas alemães criticam o que entendem como “migração massiva e descontrolada”, depois de ter sido detido um jovem afegão de 17 anos, que tinha pedido acesso ao estatuto de refugiado.

O jovem é suspeito num crime ocorrido na cidade de Friburgo, estado de Baden-Württemberg, onde uma estudante de medicina, de apenas 19 anos, foi violada e assassinada.

A cidade de Friburgo é conhecida pela importante comunidade de estudantes universitários e por ser uma localidade amiga do ambiente.

Jörg Meuthen, um dos dirigentes do partido Alternativa para a Alemanha ou AfD (Alternative für Deutschland – nacionalistas-populistas), disse que a AfD advertiu, por diversas vezes, para os perigos da chegada de “milhares de jovens oriundos de famílias islamico-patriarcais” à Alemanha.

Um dos sindicatos da polícia alemã disse, por outro lado, que “esta e outras vítimas poderiam ter sido poupadas” se a Alemanha se tivesse “precavido contra os perigos relacionados” com o que definiu também como “migração massiva.”

A reação do Governo federal não se fez esperar:

Angela Merkel, a chanceler alemã, criticou a posição da AfD e disse que, se o crime tiver sido cometido por um refugiado afegão, “tal é absolutamente condenável”, mas que não deve ser motivo para “rejeitar todo um grupo de pessoas.”

Já o vice-chanceler, Sigmar Gabriel, recordou que este tipo de “mortes odiosas” já existiam muito antes do primeiro refugiado oriundo do Afeganistão ter chegado à Alemanha.

Gabriel apelou a que fossem evitadas “teorias da conspiração” e manifestações de “ódio racial.”



Cerca de 90 mil menores não-acompanhados em solo europeu



Detido na sexta-feira, o suspeito foi intercetado pelas autoridades depois de o corpo de uma jovem estudante de medicina, de 19 anos, ter sido encontrado num rio, em Friburgo.

No local do crime, foram também encontrados vestígios do ADN do rapaz, cuja presença foi ainda captada pelas câmaras de vigilância instaladas pela polícia no local.

Segundo a agência europeia de estatística Eurostat, cerca de 90 mil menores não-acompanhados chegaram à União Europeia só no ano passado, sendo pouco mais de metade do Afeganistão.

A Alemanha acolheu quase 900 mil pessoas com a intenção de pedirem o estatuto de refugiado em 2015.

Uma política que em muito parece ter contribuido para o incremento do voto na AfD, especialmente depois dos casos de agressões sexuais registados em Colónia, nas festas de passagem de ano.

Segundo a polícia local, a maioria dos agressores seriam migrantes, alguns dos quais a viver na Alemanha para pedir o estatuto de refugiados.

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