A Bolívia está em estado de emergência desde segunda-feira por causa da pior seca dos últimos 25 anos. O Presidente boliviano deslocou-se, entretanto, a um dos reservatórios onde a companhia estatal de água e saneamento, EPSAS, construiu uma canalização para abastecer a capital, La Paz.
Evo Morales confrontou os agricultores da zona, por ali reterem a água para proveito próprio e resistirem a partilha-la com os habitantes da capital. Não foi o único momento de tensão enfrentado por Morales devido a esta crise.
Declaramos emergencia nacional frente a la sequía. Alcaldes y gobernadores podrán emplear recursos para hacer frente al fenómeno climático.— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) 21 de novembro de 2016
Os três principais reservatórios de água de La Paz estão quase secos. Um deles, o de Ajuan Khota, está somente a um por cento da capacidade. Incachaca está a oito por cento e Hampaturi a cinco.
Irlaria Quispe, reside na capital, lamenta: “Ajuan Khota está seco. A água está a desaparecer. Há muito pouca ou quase nenhuma e o meu mais novo precisa de água, mas ela está a evaporar-se.”
Esta seca prolongada já afeta mais de 125 mil famílias. As autoridades não têm escolha: têm de racionar a distribuição de água potável.
Cronograma de distribución de agua por red domiciliaria, para la Zona 3 de la ciudad de La Paz. Consolidación sujeto a monitoreo de EPSAS. pic.twitter.com/GG72q6sONa— EPSAS S.A. P.Oficial (@epsaslp) 23 de novembro de 2016
As escolas, por exemplo, vão ter de fechar duas semanas mais cedo este ano para prevenir a propagação de doenças. Diretora de uma escola em La Paz, Rocío Lazarte conta-nos que está “já há mais de três semanas sem abastecimento de água”. “Tudo o que tínhamos para as crianças era a água que descia da colina”, revela-nos.
Um terço da população da capital da Bolívia, — cerca de 340 mil habitantes — sofre de restrições de água há duas semanas. Nos bairros mais afetados, os protestos agravam-se.
#CuidemosElAgua I 14 barrios de la ciudad de La Paz fueron abastecidos con agua pic.twitter.com/2FUB5BlHgv— Cuidemos el Agua (@CuidemosAguaBo) 22 de novembro de 2016
Mas La Paz não é a única cidade a sofrer. Cochabamba, no centro do país; Oruro, no ocidente; POotosí, no sioeste; Sucre, no sudeste; e Tarija, no sul, também estão sob racionamento de água.
As pessoas acusam a companhia de águas de corrupção e o governo de mã gestão das provisões. A oposição junta ainda à lista de responsáveis pela crise as empresas chinesas que se dedicam à atividade mineira na Bolívia.
#Ahora Vecinos de la zona Sur de La Paz protestan frente a la Embajada China en Bolivia por la escasez de agua. #ANF #CrisisdelAgua pic.twitter.com/uRbaVVPHCa— Agencia Fides (ANF) (@noticiasfides) 21 de novembro de 2016
Outra residente em La Paz, Virginia López diz-nos não ter água “desde segunda-feira”. “Na segunda à noite tivemos água por cerca de 10 minutos, mas vinha suja. Era amarela. Agora, é essa água suja que temos de beber”, protest