A polícia turca dispersou este sábado com granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água centenas de apoiantes do principal partido pró-curdo de oposição, o Partido Democrático dos Povos (HDP), que protestavam em Istambul contra as detenções de dois dirigentes, Selahattin Demirtas e Figen Yüksekdag, e uma dezena de outros deputados do partido.
Os manifestantes dirigiam-se para a sede do diário de oposição Cumhuriyet, quando as forças policiais lhes cortaram o caminho.
Gözlerimizde korkuyu göremeyecekler. Direne direne kazanacağız! pic.twitter.com/OmQ9EVnVRX— HDP (@HDPgenelmerkezi) 5 novembre 2016
Protestos contra a pressão do governo contra jornalistas e políticos tiveram lugar também em Diyarbakir, a principal cidade do sudeste da Turquia, de maioria curda, onde um tribunal decidiu colocar os dois líderes do Partido Democrático dos Povos em prisão preventiva.
As alegadas violações das liberdades individuais na Turquia motivaram este sábado manifestações nalgumas cidades europeias.
Cerca de 6.500 curdos integraram uma marcha de protesto Em Colónia, na Alemanha, e algumas centenas manifestaram-se na capital francesa.
Selahattin Demirtas, Figen Yüksekdag, e os dez outros deputados do partido, entre os quais o presidente do grupo parlamentar, Idris Baluken, foram detidos na noite de quinta para sexta-feira no quadro de uma investigação sobre ligações a atividades do Partido dos Trabalhistas do Curdistão (PKK).
Acusado pelo regime do presidente Erdogan de ligações ao PKK, o HDP reitera estar empenhado em trabalhar para uma solução pacífica do conflito curdo.