O parlamento regional da Valónia, região francófona no sul da Bélgica, votou contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá.
Este veto funciona como um travão ao governo federal da Bélgica, que é favorável do acordo, mas que necessita do apoio dos parlamentos que representam as três comunidades linguísticas do país.
O presidente do governo regional da Valónia, Paul Magnette, afirmou que “dizemos não para podermos renegociar. Não queremos afundar o acordo, mas antes ter uma posição de força que nos permita obter melhores padrões a nível social e ambiental e respeito pelos serviços públicos. No futuro poderemos dizer “vejam o que é o padrão europeu”“.
Os opositores do acordo, conhecido por CETA, temem que este ameace os direitos dos trabalhadores, dos consumidores e o equilíbrio ambiental, já que os padões europeus são dos mais elevados a nível mundial.
Rodereick Abbot, analista do centro de estudos ECIPE, em Bruxelas, disse à euronews que “há partes do tratado que têm impacto nas ideias das pessoas sobre parâmetros sociais”.
“No caso de um capítulo que tenha impacto na educação, na saúde ou no meio ambiente, as pessoas podem argumentar que vai ter um efeito económico e social, mas é muito difícil dizer de antemão o que possa vir a ser esse efeito”, acrescentou.
Face a tantos protestos, o correspondente da euronews, Sandor Zsiros, acrescenta que “a União Europeia poderá ainda ganhar a batalha legal para salvar este acordo de livre comércio, mas a questão é saber se alguma vez vai conseguir ter o apoio das populações”.