Com Andrea Hájagos, em Budapeste
Mesmo tendo sido avisados de que a publicação iria ser suspensa por tempo indeterminado, os jornalistas do diário húngaro Népszabadság apresentaram-se ao trabalho, este domingo de manhã, em Budapeste. Encontraram uma porta fechada.
A decisão de suspender o jornal, considerado próximo da oposição ao governo de Viktor Orbán, partiu do proprietário. O único jornalista a conseguir entrar foi o diretor, para uma reunião com os administradores. Saiu convencido de que se trata de uma decisão política: “Posso concluir que não se tratou de uma decisão financeira, mas de outro tipo. Depois disto, a única coisa que pode ser negociada com o dono e com a administração é a venda do Népszabadság”, disse András Murányi.
A versão oficial é que o jornal foi suspenso por dificuldades financeiras, mas a tese das pressões políticas é a mais defendida pelo público e pelos cerca de 2000 manifestantes que se juntaram perto da sede do diário, este sábado, em apoio aos jornalistas. O Népszabadság tem 60 anos de história e era o principal jornal durante a era comunista. Mesmo conotado com a oposição, não tem ligações com nenhum dos atuais partidos políticos da Hungria.
“Ainda é incerto o que vai acontecer aos jornalistas deste diário. A única certeza, para já, é que não vai para as bancas esta segunda-feira”, diz a correspondente da euronews Andrea Hájagos.
“Freedom of the press was executed here on 8/10/2016. #Népszabadság paid for writing the truth”. #Hungary #Orban pic.twitter.com/tcWHnd6xb8— Balazs Csekö (@balazscseko) October 8, 2016