A Comissão Europeia saudou o acordo histórico alcançado, quinta-feira, pela Organização Internacional da Aviação Civil (OIAC) para reduzir as emissões de gases poluentes por parte desta indústria.
O regime entra em vigor a nível voluntário em 2021 e será obrigatório a partir de 2027.
A União Europeia entra no processo desde o início, tendo a comissária para os Transportes, Violeta Bulc, realçado que “ficou claramente definido o processo a pôr em marcha e não haverá volta atrás”.
“Com 65 Estados a participarem desde o início do novo regime, este acordo cobre cerca de 80% das emissões de carbono da aviação. O acordo inclui18 dos 20 maiores operadores do setor desde o início”, acrescentou.
O correspondente da euronews em Bruxelas, James Franey, refere que “este acordo foi obtido depois de longos anos de debate sobre como reduzir as emissões da aviação. Agora, em vez de ter um limite para essas emissões ou pagar uma multa, as companhias vão usar mecanismos de compensação como plantar árvores. Mas os grupos ambientalistas dizem que não é suficiente”.
Femke De Jong, membro da organização não governamental Carbon Market Watch disse à euronews que “as emissões provenientes da aviação são as que mais fazem aumentar a quantidade de gases de efeito de estufa a nível mundial”.
“Estima-se que as suas emissões vão quadruplicar na próxima década, representando um quarto das emissões de carbono previstas até 2050. Este acordo é um primeiro passo mas não é suficiente para atingir níveis de emissões globais que sejam considerados seguros”, explicou.
A Organização Internacional da Aviação Civil é uma agência das Nações Unidas e este novo regime visa contribuir para a implementação do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas.
A Rússia e a Índia disseram que não irão participar na fase voluntárias porque o acordo é um encargo excessivo para os países emergentes. A China diz que planeia juntar-se à fase voluntária.
O Brasil, que havia manifestado preocupações, disse que apoia o acordo, mas não disse se iria juntar-se à primeira fase.
Segundo a OIAC, as companhias aéreas estimam que implementar o acordo vai custar-lhes entre 1,3 mil milhões e 5,5 mil milhões de euros em 2025.