Ou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) se mantém firme na posição de bloqueio à formação de governo por Mariano Rajoy (Partido Popular, PP) ou o líder Pedro Sanchez bate com a porta e obriga o PSOE a eleger à pressa um novo líder. A ameaça foi feita na véspera da reunião deste fim de semana do “comité federal”, o órgão máximo dos socialistas, juntando mais de 270 delegados e com mais poder que o próprio secretário-geral.
ÚLTIMA HORA | Pedro Sánchez sugiere que dimitirá si el comité federal del PSOE “decidiera pasar a la abstención” https://t.co/aB1dzQPDUH— EL PAÍS (@el_pais) 30 de setembro de 2016
O plano de Pedro Sanchez passa por convencer o “comité federal” a manter-se contra a formação de governo por Rajoy, a marcar eleições primárias já para 23 de outubro e um congresso extraordinário para 12 e 13 de novembro. Com isto, o secretário-geral do partido espera ser reeleito, prolongar o mandato como principal líder da oposição e aspirar à eleição para Presidente do Governo.
A estratégia choca com a opinião de alguns críticos de Sanchez, que defendem a entrega pelo “comité federal” da liderança do partido a uma comissão gestora e a marcação de um congresso ordinário para depois da formação de foverno de Espanha.
(imagem jornal ABC)
A Espanha vive desde 26 de outubro do ano passado com um governo interino ou em mero cumprimento de funções. É uma crise política que dura há mais de 300 dias, com duas eleições legislativas inconsequentes. O Partido Popular tem sido o mais votado, mas sem resultados suficientes para formar um governo com maioria no parlamento. Todas as tentativas de alianças têm falhado. Sanchez recusa-se viver mais quatro anos com Rajoy à frente do governo, mas o PSOE começa a sofrer brechas e o líder socialista está na corda bamba.
“Se o comité federal do partido socialista decidir mudar a sua posição e passar à abstenção, como é óbvio não posso gerir uma decisão que não partilho. Se há algo que os meus pais me ensinaram, é que as únicas coisas que tenho e que devo preservar são a minha palavra e as minhas convicções”, afirmou Pedro Sanchez, colocando pressão sobre o “comité federal.”
Na quarta-feira, 17 membros demitiram-se da direção de Pedro Sanchez. Sobram 15 na direção e cerca de 275 no “comité federal”, que é liderado pela andaluza Veronica Pérez, autoproclamada quinta-feira como máxima autoridade no PSOE. Entretanto, a presidente da Junta da Andaluzia, Susana Diaz, ganha protagonismo.
Como a mi compañero Patxi, me duele el PSOE. https://t.co/XZIxQvBaNp— Susana Díaz Pacheco (susanadiaz) 30 de setembro de 2016
“Porque é que o PSOE não é ganhador? E porque é que sempre que fomos às urnas nos últimos dois anos, os resultados foram cada vez piores? Temos de refletir nisto e onde é que o podemos fazer? No congresso do partido, claro”, afirmou Susana Diaz, um dos nomes que poderá surgir para ocupar a eventual vaga de Sanchez.
Crise no PSOE após a renúncia de 17 membros da execut