A Venezuela, país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo, vive uma crise económica sem precedentes, que levou a uma crise política, que tem levado milhares de pessoas para as ruas a exigir novas eleições.
O país não escapou à crise do petróleo. A população sofre com a escassez de alimentos e de medicamentos, o aumento da inflação e a recessão, pelo terceiro ano. Já o mercado negro floresce.
De acordo com os líderes da oposição, 17 anos de socialismo arruinaram a economia do país. Para acabar com “o reinado” de Nicolas Maduro, os seus adversários já recolheram quase 2 milhões de assinaturas, o primeiro passo para pedir um referendo sobre o afastamento do presidente.
“Queremos o referendo, é um dever, a Constituição diz que temos o direito a ele para que pôr fim a este regime”, afirma Maria de Guevara, membro da oposição.
Mas não há bela sem senão. A Comissão Nacional de Eleições determinou o prazo para que a oposição recolha as assinaturas. Vinte por cento do eleitorados, para cada estado, o que representa cerca de 4 milhões de assinaturas, que têm de ser recolhidas em apenas três dias.
“A regra dos 20% para cada estado do país não foi imposta no referendo em 2004 por isso não entendo as considerações jurídicas que estão na origem da diretiva da comissão”, diz Luis Emilio Rondón, do Conselho Nacional da Eleitoral.
A oposição não tem tempo a perder se quer eleições antecipadas. Para que isso aconteça o referendo tem de ser feito antes do início dos últimos dois anos de mandato do presidente. Caso contrário, e em caso de ser decidida a saída do chefe de Estado, ele é substituído pelo vice-presidente. Algo a oposição se opõe.
Uma questão de difícil resolução porque a Comissão de Eleições terá dito que o referendo não pode acontecer antes do próximo ano, ou seja, não haverá outra alternativa.