Terão as tensões raciais nos EUA consequências nas presidenciais?

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A morte de Keith Lamont Scott, alvejado na terça-feira por um polícia, em Charlotte, nos Estados Unidos, veio reacender e até agravar as tensões raciais entre norte-americanos e envolvendo as forças de segurança.

Com a campanha política em curso, este problema que envolve muitos eleitores pode ter consequências nas presidenciais e ganhar ainda mais peso na segunda-feira, durante o primeiro debate entre os dois candidatos à sucessão de Barack Obama.

We have two names to add to a long list of African Americans killed by police officers. It’s unbearable, and it needs to become intolerable.— Hillary Clinton (@HillaryClinton) 21 de setembro de 2016

(Temos mais dois nomes a acrescentar à longa lista de afro-americanos mortos por polícias.
É insuportável e precisa de se tornar intolerável.)

The situations in Tulsa and Charlotte are tragic. We must come together to make America safe again.— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 21 de setembro de 2016

(As situações em Tulsa e Charlotte são trágicas.
Temos de nos juntar para fazer a América segura de novo.)

Em Washington, a acompanhar bem de perto todos os desenvolvimentos em torno da campanha presidencial, temos Stefan Grobe. Eis a análise da situação pelo correspondente da euronews na capital dos Estados Unidos:


“A menos de 50 dias das eleições nos Estados Unidos, as atenções dos norte-americanos voltam-se uma vez mais para uma temática política sensível: questões de raça, policiamento e crimes urbanos. Os ingredientes são quase sempre os mesmos.

“Polícias autoritários ou muito nervosos focam-se em indivíduos que acabam por ter o azar de estar no sítio errado à hora errada. E que por acaso são negros.

“Há outro fenómeno em repetição: é que estes incidentes raramente chegam aos tribunais. É aqui que a dimensão política destes casos entra em jogo.

“Propostas legislativas para, pelo menos, se mudar o quadro legal não levaram a lado nenhum. Parece não haver urgência para resolver este problema.

“Sem surpresa, os candidatos presidenciais revelaram ideias opostas, mas mesmo assim vagas, sobre esta crise. Hillary Clinton e Donald Trump vão ter, ainda assim, a oportunidade de serem mais concretos durante o primeiro debate, marcado para esta segunda-feira.”

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