Poluição: 80% dos veículos a gasóleo na Europa violam limites de emissões

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Um ano após o escândalo da Volkswagen devido a um dispositivo que reduzia os valores reais dos poluentes, descobre-se que todos os outros fabricantes de carros a gasóleo têm níveis de emissões ainda piores.

A agência não governamental europeia “Transportes e Ambiente” analisou o cumprimento dos valores limite de emissão de óxido de azoto e concluiu que “nenhum dos fabricantes de automóveis cumpre realmente os padrões legais de poluição”, disse à euronews Julia Poliscanova, gestora do deparatento de Veículos Limpos e Qualidade do Ar desta organização.

“Se fizermos uma comparação, de fato os novos veículos do grupo Volkswagen, fabricados depois de 2014, são dos mais limpos da Europa. As marcas mais poluentes são Fiat, Renault e Opel. Em média, vemos que 80% dos veículos que circulam nas estradas europeias são muito poluentes e emitem três vezes mais gases do que o que está definido a nível europeu”, acrescentou.

O estudo divulgado, esta sexta-feira, revela que a situação mais grave em termos do número destes veículos nas estradas se regista em França (5,5 milhões), seguida da Alemanha (5,3 milhões), Reino Unido (4,3 milhões) e Itália (3,1 milhões).

No caso de Portugal (na 11 posição) são perto de 376 mil automóveis nestas condições, de acordo com a organização não governamental Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.

Outra organização não governamental portuguesa, Quercus, defendeu a criação “urgente” de um observatório europeu independente que vigie a ação das entidades reguladoras dos Estados-membros e assegure que o mercado único de veículos acautela o melhor interesse e a da saúde dos cidadãos.

A Quercus cita, também, dados da Agência Europeia do Ambiente, que afirmou que o dióxido de azoto (NO2), emitido principalmente pelos veículos a gasóleo em áreas urbanas, foi responsável por um número estimado de 72 mil mortes prematuras na Europa, em 2012.

“Em Portugal, a AEA estimou a ocorrência de 470 mortes prematuras, em 2012, devido aos elevados níveis de NO2”, adianta o comunicado da Quercus sobre este estudo.

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