O outro lado dos Jogos Olímpicos

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Com o mundo de olhos postos no Brasil, colocam-se questões relativas ao impacto dos Jogos Olímpicos nas áreas urbanas afetadas pelas novas infraestruturas e equipamentos desportivos.

Um dos locais que mais profundamente sente os efeitos das obras é a favela de Vila União situada no Rio de Janeiro, a apenas dois quilómetros da Aldeia Olímpica.

Os trabalhos realizados são de tal ordem que colocam em causa a existência desta própria comunidade, segundo esta residente.

“Antes havia um clima calmo, agora existe um clima de tensão. A gente vive tensa aqui dentro. Ninguém aqui tem mais tempo para dormir, há um monte de assassinatos, mortes, tiros, coisa que a gente não via. A gente vive aqui em clima de tensão. Enquanto não acabar essa obra, nós vamos viver num clima de tensão” afirma Maria do Socorro, habitante da favela Vila União.

Outros acreditam que qualquer atenção dada às favelas será sempre sol de pouca dura.

“Eu acredito que depois dos Jogos terminarem podem até dar uma atençãozinha, só para enganar o povo, por causa das eleições que estão perto. E depois abandonam no geral, que nem muitas comunidades no Rio de Janeiro que estão abandonadas. Eu acho que o Rio de Janeiro está jogando lixo para debaixo do tapete”, adianta outra residente, Janaina Assis.

Perante o coro de críticas, as autoridades justificam as obras com a necessidade de construir uma rede de transportes eficiente.

Há notícias segundo as quais vários autocarros de transporte que utilizam os novos viadutos já teriam sido atingidos por pedras e outros projéteis lançados das proximidades.

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