Guerras Sujas - Parte 2

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Guerras Sujas, dirigido por Rick Rowley, trata de ações militares dos Estados Unidos contra civis no Afeganistão, no Iêmen e na Somália, e que não são justificadas e nem reconhecidas pelo governo americano. Entre as vítimas estão crianças, mulheres grávidas e até um cidadão americano.
O trabalho de investigação começa em Gardez, no Afeganistão, onde uma família tem sua casa invadida durante à noite por uma unidade militar americana. Um homem e duas mulheres grávidas são mortos. Em princípio, não há razão para a operação, pois nenhum membro da família afegã era suspeito de terrorismo.
Em seguida, Scahill viaja para o Iêmen, onde visita um vilarejo destruído por mísseis de fabricação americana. Na ocasião, 46 pessoas foram mortas, entre elas, 21 crianças e 14 mulheres. Ironicamente, os habitantes do local passaram a usar o termo “talibã americano” ao se referirem os soldados americanos, responsabilizados pelo ataque.
Um dos alvos no Iêmen seria Anwar Al-Awlaki, cidadão americano e simpatizante dos tabilãs. Al-Awlaki comandava um programa de rádio que fazia propaganda contra a política dos EUA. A partir desse momento, o filme de Rowlei passa a questionar o fato de o governo assassinar um cidadão americano sem antes tê-lo julgado formalmente, o que, em principio, a Constituição proíbe.
De acordo com o documentário, o J-SOC também foi o responsável pela morte de Abdul-Rahman Al-Awlaki, de 16 anos, filho de Al-Awlaki. Um foguete, disparado por um drone teria matado o rapaz.
A força militar sintetiza o valor da extensão territorial e do poder econômico da grande potência americana. Gérald Lebrun, em O que é Poder (editora brasiliense.1991), citando Max Weber, define potência como toda a oportunidade de impor a sua própria vontade, no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco importando em que repouse tal oportunidade.
Guerra Suja é uma mostra dos Estado Unidos exercendo o seu poder como potência.

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