Sou ameaçada insistentemente’, afirma Beatriz Catta Preta

Ranielsilva27 2015-08-01

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A advogada criminalista Beatriz Catta Preta afirmou à reportagem do Estado que renunciou à defesa dos delatores da Operação Lava Jato porque “teme sofrer algum tipo de violência”. “Sou ameaçada de forma velada, insistentemente, por pessoas que se utilizam da mídia para tanto, bem como pelas declarações de políticos membros da CPI”, afirma Beatriz Catta Preta.
Ela decidiu encerrar sua carreira.
O que a levou a sair de cena em meio ao maior escândalo de corrupção do País é que, em sua avaliação, é que o caso “tornou-se um jogo político”, atingindo a ela e a seus familiares. ”Minha atuação profissional sempre foi jurídica e, ao deixar de ser tratada assim, decidi encerrar minha carreira”, afirma.
Nas últimas semanas, Catta Preta vinha sofrendo forte pressão da CPI da Petrobrás. Aliados do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), queriam sua convocação para revelar a fonte de seus honorários. De imediato, a advocacia em todo o País reagiu, saiu em defesa das prerrogativas da classe e em defesa de Catta Preta.
A entidade máxima da advocacia, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tomou para si o comando da reação por Catta Preta. Foi ao Supremo Tribunal Federal na quarta-feira, 29, com pedido de liminar em habeas corpus preventivo e obteve decisão do ministro Ricardo Lewandowski, presidente da Corte, que a desobrigou de prestar ‘quaisquer esclarecimentos’ à CPI.
Lewandowski livra Catta Preta da CPI da Petrobrás
‘Delator não é traidor’, diz advogada
Catta Preta é o artífice da Lava Jato. Pelo menos quatro delatores que defendeu e orientou abriram a fase mais explosiva da investigação porque revelaram a ação do cartel das empreiteiras, a corrupção em diretorias estratégicas da estatal e o envolvimento de deputados, senadores e governadores.
O primeiro delator foi o engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Depois, o empresário Augusto Mendonça, o ex-gerente de Engenharia da estatal, Pedro Barusco, e o lobista Julio Camargo – este agitou o mundo político há duas semanas, quando declarou à Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, que foi pressionado, em 2011, por Eduardo Cunha por uma suposta propina de US$ 5 milhões.
O relato de Julio Camargo irritou o presidente da Câmara que foi ao STF. Ele pediu que a Corte tire das mãos do juiz federal Sérgio Moro – condutor das ações penais da Lava Jato – o processo em que o delator o citou.
Nessa entrevista, Beatriz Catta Preta não cita nomes de integrantes da CPI, nem acusa Eduardo Cunha de ameaça-la. Mas se mostra preocupada e intimidada por “declarações de políticos membros da CPI”.
Confira a entrevista completa:
ESTADO – Por que a sra. renunciou à defesa dos colaboradores da Lava Jato?
BEATRIZ CATTA PRETA: Renunciei porque a situação deixou de ser jurídica. Tornou-se um jogo político, atingido a mim e meus familiares. Não quero, nem nunca quis, participar desse jogo. Minha atuação profissional sempre foi jurídica e, ao deixar de ser tratada assim, decidi encerrar minha carreira. Conta em minha decisão, também, evitar que meus antigos clientes fossem alvo de exposição indevida, ainda maior do que aquela já sofrida por eles, por conta de toda essa irresponsável especulação em torno de minha atuação como advogada.
ESTADO – Como ficam os colaboradores sem sua orientação?
Suas defesas estão bem encaminhadas e serão levadas a cabo por profissionais competentes, com toda certeza.
ESTADO - A sra foi ameaçada por algum político? Sente-se pressionada?
Sou ameaçada de forma velada, insistentemente, por pessoas que se utilizam da mídia para tanto, bem como pelas declarações de políticos membros da CPI.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/sou-ameacada-insistentemente-afirma-beatriz-catta-preta/

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